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Cirurgia endoscópica nasal
Os endoscópios nasais começaram a se popularizar a partir dos anos 70, com o desenvolvimento das lentes do tipo Hopkins. Com isso, começou a se desenvolver a cirurgia endoscópica nasal, através dos estudos pioneiros de Messerklinger. Esse tipo de cirurgia se popularizou nos anos 80 com os trabalhos de Stammberger na Áustria e Kennedy nos EUA.
Hoje, a cirurgia endoscópica é o padrão ouro para a grande maioria dos procedimentos nasais. A principal vantagem é a melhor visibilização das estruturas intranasais, que proporciona maior precisão cirúrgica e melhor controle do sangramento.
Com isso, praticamente se abandonou o uso dos tampões nasais, tornando o pós-operatório muito menos incômodo para os pacientes. Além disso, com a cirurgia endoscópica elimina-se a necessidade de incisões externas no paciente, evitando cicatrizes e tornando a recuperação do paciente mais rápida.
Além disso, o desenvolvimento das técnicas de cirurgia endoscópica propiciaram que se fizessem cada vez cirurgias mais complexas e hoje já podemos tratar de forma endoscópica tumores nasais, fístulas liquóricas e até mesmo tumores intracranianos, como meningiomas, tumores de hipófise e cordomas.
Septoplastia
Quando o paciente apresenta um desvio do septo nasal que causa obstrução nasal, está indicada a septoplastia. Neste procedimento, toda a cirurgia é realizada por via endonasal, sem cortes externos.
A cirurgia pode ser feita com anestesia local ou geral e dura pouco menos de 1 hora. Normalmente o paciente recebe alta hospitalar no mesmo dia.
Não é necessário o uso de tampões. No período pós-operatório o paciente fica em repouso por em média 4 dias, podendo então retomar suas atividades normais.
Turbinectomia
Quando a obstrução nasal do paciente é causada por um aumento dos cornetos nasais (popularmente conhecidos como carne esponjosa), e não há melhora com o tratamento medicamentoso podemos recorrer à turbinectomia.
Neste procedimento, que também é realizado por via endonasal, faz-se uma retirada de parte do corneto liberando assim a passagem de ar pelas fossas nasais. Também não se necessita de tampão.
É importante que a retirada do corneto seja feita de forma parcial, já que esta estrutura é importante para manter as funções normais das fossas nasais, principalmente de filtragem e umidificação do ar que respiramos.
Sinusectomia
Pacientes com rinossinusite crônica, que não apresentem melhora após o tratamento com remédios, tem como alternativa a sinusectomia.
Neste procedimento, que também é realizado por via endonasal, com o auxílio dos endoscópios, as estruturas que obstruem a drenagem natural dos seios da face são removidas, fazendo com que esta drenagem se restabeleça e conseqüentemente diminuindo os episódios de sinusites.
Este procedimento apesar de muito delicado, é simples, e o paciente recebe alta no mesmo dia, não necessitando do uso de tampões. Em média após 4 dias o paciente pode retomar suas atividades normais.
Polipectomia
Muitos pacientes com rinossinusite crônica têm presença de pólipos nasais. Estes pólipos são constituídos por um tecido gelatinoso, pouco vascularizado e acabam por causar obstrução nasal e na drenagem dos seios da face.
A via endoscópica é a via de escolha para a retirada dos pólipos, que pode ser feita com pinças normais ou com o auxílio de um aparelho chamado microdebridador (ou shaver) que acelera o procedimento e diminui o sangramento.
Por vezes os pólipos não são decorrentes de sinusite crônica, neste caso, os mais comuns são os pólipos antrocoanais ou de Killian, que afetam principalmente crianças e adolescentes.
A retirada cirúrgica também é feita por via endonasal.
Papiloma Invertido
O papiloma invertido é um tipo de tumor benigno nasal, mas que tem características que fazem com que seu tratamento seja complexo e não deva ser postergado.
A não ser que o tumor esteja invadindo estruturas nobres como o sistema nervoso central e a órbita ocular, sua retirada também pode ser realizada por via endoscópica endonasal.
O papiloma acomete principalmente homens, entre os 50 e 70 anos de idade, e muitas vezes o diagnóstico é atrasado por ser confundido com uma rinossinusite crônica.
Este é um dos motivos que faz com que a realização de exames de imagem, principalmente a tomografia computadorizada seja muito importante na avaliação das doenças dos seios paranasais.
Dacriocistorrinostomia
Apesar do nome complicado, este é um procedimento simples, que visa corrigir as obstruções das vias lacrimais.
Estas obstruções causam lacrimejamento excessivo ou infecções recorrentes do saco lacrimal. Tradicionalmente realizada por via externa, com incisão na pele, a dacriocistorrinostomia endoscópica além de promover um melhor resultado estético também proporciona um retorno mais rápido dos pacientes as suas atividades normais.
Atresia de coanas
Alguns recém-nascidos nascem com uma imperfuração na abertura posterior das fossas nasais, que se chamam coanas.
Quando esta imperfuração é unilateral, apesar da dificuldade respiratória conseguimos postergar a cirurgia até que a criança atinja 10 kilos. Quando porém, o quadro é bilateral, a obstrução respiratória é importante e a cirurgia tem que ser realizada nos primeiros dias de vida. Quase sempre o diagnóstico é feito ainda no berçário pelo médico pediatra.
A cirurgia realizada por via endoscópica endonasal causa menos danos à criança e proporciona melhores resultados. Muitas vezes, com o crescimento da criança a abertura cirúrgica se torna insuficiente e novas cirurgias são necessárias.
Fístula liquórica
Por vezes as estruturas que separam as fossas nasais do sistema nervoso central se rompem, e existe a saída de líquor para o nariz. Isto pode ocorrer espontaneamente, em decorrência de um trauma na cabeça, tumores ou após cirurgias na região. Nestes casos, a correção dês ta fístula pode ser feita por via endoscópica, permitindo uma rápida abordagem ao local fistuloso e um rápido retorno do paciente á suas atividades normais.
Epistaxe
Em casos de sangramento nasal muito intenso, ou que ocorram com muita freqüência, a cauterização ou ligadura dos vasos intranasais por via endoscópica é uma ótima alternativa. Além de permitir um controle mais eficaz do sangramento, evita o grande incômodo dos tamponamentos nasais, que além de dolorosos e traumatizantes podem apresentar pouca efetividade.
Dr. Fabrizio Romano